No período Momoyama uma sucessão de líderes militares, tais como Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu tentaram trazer a paz e a estabilidade política ao Japão depois de um período de quase cem anos de guerras. Oda, um comandante menor, adquiriu poder suficiente para tomar o controle do governo em 1568 e, cinco anos depois, destituir o último shogun Ashikaga. Hideyoshi tomou o poder depois do assassinato de Oda Nobunaga, mas seus planos de estabelecer uma xogunato hereditário foram anulados por Ieyasu, que fundou o xogunato Tokugawa em 1603. Dois castelos (o castelo de Azuchi, de Nobunaga e o castelo de Momoyama, de Hideyoshi, em Fushimi) deram o nome a esta época: a época Azuchi-Momoyama (ou simplesmente Momoyama).
Oda Nobunaga alcançou o controle da província de Owari (perto da moderna cidade de Nagoya) em 1559. Como muitos outros daimyo, desejava unificar o Japão. A sua localização era estrategicamente favorável, obteve sucesso conquistando a capital em 1568. Depois de se estabelecer em Kyoto, Nobunaga continuou eliminando os seus inimigos. Entre eles estavam alguns seguidores de seitas budistas, especialmente a seita Ikko (seita da Terra Pura) a qual tinha se tornado muito poderosa em várias províncias. Nobunaga destruiu completamente o mosteiro Enryakuji, situado perto de Kyoto, em 1571. Sua luta contra a seita da Terra Pura continuou até 1580. Nobunaga obteve um êxito muito grande a respeito de seus dois mais perigosos rivais do leste do Japão: Takeda Shingen e Uesugi Kenshin. Ambos morreram antes de estarem aptos a se confrontarem com Nobunaga. Depois da morte de Shingen, Nobunaga derrotou o clã Takeda na batalha de Nagashino (1575), fazendo uso de modernos equipamentos. Em 1582, o general Akechi assassinou Nobunaga e se apossou do castelo Azuchi. Toyotomi Hideyoshi, um general que lutava ao lado de Nobunaga, reagiu muito rapidamente, derrotou Akechi e tomou o poder para si.
Hideyoshi continuou eliminando os inimigos que restavam. Ele submeteu as províncias do norte e Shikoku em 1583 e Kyushu em 1587. Depois de derrotar a família Hojo em Odawara no ano de 1590, o Japão estava finalmente reunificado. A fim de ter todo o país sob o seu controle absoluto, Hideyoshi destruiu vários castelos que foram construídos por todo o país durante a época das guerras civis. Em 1588, Hideyoshi confiscou as armas de todos os fazendeiros e das instituições religiosas através da "caça à espada". Proibiu os samurais de exercerem atividades agrícolas e os forçou a se deslocarem para as cidades fortificadas. Um clara distinção entre as classes sociais aumentou o controle do governo sobre o povo. No ano de 1590, a construção do grande castelo de Hideyoshi, o castelo de Osaka, tinha terminado. Em 1587, Hideyoshi expediu uma lei que expulsava os missionários cristãos. Não obstante, os franciscanos conseguiram entrar no Japão em 1593 e os jesuítas continuaram ativos no oeste do país. Em 1597, Hideyoshi intensificou a perseguição ao missionários cristãos, proibindo novas conversões ao cristianismo e executando vinte e seis franciscanos. O cristianismo era visto como um obstáculo para o estabelecimento do controle absoluto do povo; além disso, muitos jesuítas e franciscanos agiam de forma agressiva e intolerante com relação ao xintoísmo e às instituições budistas.
Depois de unificar o país, o próximo objetivo de Hideyoshi era a conquista da China. Em 1592, as tropas japonesas invadiram a Coréia e dominaram Seul em poucas semanas, entretanto, os japoneses foram obrigados pelas forças chinesas e coreanas a recuar no ano seguinte. Hideyoshi obstinadamente não desistiu até a derrocada final, em 1598, o mesmo ano de sua morte. Tokugawa Ieyasu, que tinha sido um inteligente partidário de Hideyoshi e de Nobunaga, sucedeu Hideyoshi como o homem mais poderoso do Japão.
A economia e a sociedade no período Momoyama
Nos finais do século XVI, a economia do Japão prosperara. A velha economia agrária medieval, com as suas propriedades privadas dispersas por todo o país, as suas portagens e outras barreiras físicas ao comércio e as suas associações restritas, foi despedaçada pelas revoltas dos daimyos militares e suas lutas pela hegemonia regional e nacional. Em seu lugar, durante os finais do século XVI o Japão desenvolveu uma economia de mercado orientada para o exterior baseado na guerra, ouro e comércio internacional.
A cultura MomoyamaO estilo cultural nos finais do século XVI foi estabelecido pelos unificadores, Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, que adquiriram o controle do país pela conquista. Naturalmente, procuravam uma expressão cultural grandiosa que exibisse o seu novo poder. O primeiro símbolo cultural desta época, refletindo as suas conquistas e o seu poder, foi o grande castelo, com os seus fossos profundos, enormes muralhas, intrincados pátios e elevadas torres.
Os grandes castelos não eram simples fortalezas, mas também centros de administração e de residência dos daimyos mais importantes. Para atenuar os seus interiores escuros e austeros, as paredes e os biombos foram prodigiosamente decorados. Estas residências apalaçadas despoletaram o desenvolvimento da pintura mural, biombos e painéis a folha de ouro e cores vivas, tornando-se uma das expressões mais significativas da arte Momoyama. Os unificadores apoiaram generosamente os pintores e artesãos que decoraram os castelos.
Os "bárbaros do sul" e a cultura Momoyama
Nos finais do século XVI, o grande período da navegação, o Japão esteve aberto a influências culturais procedentes do leste da Ásia e do mundo ocidental. Os japoneses sentiam-se curiosos acerca do mundo exterior e desejosos de experimentarem novas idéias, tecnologias, modas. Entre as mais díspares influências que circulavam pelo país no século XVI estavam as armas de fogo. No campo cultural, o cristianismo foi uma temporária, mas poderosa fonte de estímulos.
A cultura Momoyama
O estilo cultural nos finais do século XVI foi estabelecido pelos unificadores, Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, que adquiriram o controle do país pela conquista. Naturalmente, procuravam uma expressão cultural grandiosa que exibisse o seu novo poder. O primeiro símbolo cultural desta época, refletindo as suas conquistas e o seu poder, foi o grande castelo, com os seus fossos profundos, enormes muralhas, intrincados pátios e elevadas torres.
Os grandes castelos não eram simples fortalezas, mas também centros de administração e de residência dos daimyos mais importantes. Para atenuar os seus interiores escuros e austeros, as paredes e os biombos foram prodigiosamente decorados. Estas residências apalaçadas despoletaram o desenvolvimento da pintura mural, biombos e painéis a folha de ouro e cores vivas, tornando-se uma das expressões mais significativas da arte Momoyama. Os unificadores apoiaram generosamente os pintores e artesãos que decoraram os castelos.
Os "bárbaros do sul" e a cultura Momoyama
Nos finais do século XVI, o grande período da navegação, o Japão esteve aberto a influências culturais procedentes do leste da Ásia e do mundo ocidental. Os japoneses sentiam-se curiosos acerca do mundo exterior e desejosos de experimentarem novas idéias, tecnologias, modas. Entre as mais díspares influências que circulavam pelo país no século XVI estavam as armas de fogo. No campo cultural, o cristianismo foi uma temporária, mas poderosa fonte de estímulos.
Introduzido em Kyushu em 1540, o cristianismo espalhou-se rapidamente. São Francisco Xavier (1506-1552) viu o Japão como um promissor centro missionário, através do qual a Igreja Católica encontraria novas almas para o cristianismo, compensando a perda de fiéis causada pela Reforma na Europa. Vinte anos após a ação missionária de São Francisco Xavier, já havia mais de 25.000 cristãos e trinta e cinco anos mais tarde 150.000.
Para melhor conseguir converter as pessoas, os missionários estudaram entusiasticamente a língua e os costumes japoneses. A atividade missionária também trouxe para o país tecnologias européias como a impressão e novos conhecimentos de medicina, de astronomia e de arquitetura. No entanto, a influência cultural cristã durou pouco tempo. A ameaça implícita contida na proibição de Hideyoshi das atividades dos missionários cristãos em 1587, tornou-se mais agressiva no início do período Edo, quando o Bakufu expulsou os cristãos do país. Após uma grande perseguição nas décadas seguintes, a cultura cristã desapareceu.
Contudo, as influências culturais do século XVI não se restringiram ao cristianismo. O instrumento de três cordas chamado shamisen foi importado durante esta época das ilhas Ryukyu, um ponto de contato cultural entre o Japão e a China. Foi também em 1570 e 1580 que os portugueses introduziram o jogo das cartas. Conhecidos como "karuta", os jogos de carta eram conhecidos em Kyoto e na região de Kinai antes de se tornarem moda em Tosa. O Ukiyo Monogatari (Contos do Mundo Marítimo) diz que: "um jogo chamado karuta veio das terras dos bárbaros do sul. O jogo consistia em dividir as cartas em quatro naipes de doze cartas".
As folhas de tabaco que os habitantes do Novo Mundo fumavam espalharam-se rapidamente por toda Europa e no fim do século XVI este costume chegou, através de Portugal, à Índia. O tabaco chegou ao Japão algum tempo depois, mas não se sabe ao certo a data. O certo é que por volta de 1590, o tabaco era conhecido no Japão senão como uma planta pelo menos como um produto.
Neste período o Japão conheceu novos gostos de comidas e de estilos de vestir. Alguns destes ganharam raízes, outros foram mais efêmeros. Os portugueses e os espanhóis trouxeram pimenta e outras especiarias, bem como o pão, os bolos e os pratos fritos, que se tornaram a base do prato de vegetais fritos com o nome de tempura. Muitos foram os vocábulos que entraram na língua japonesa e que ainda hoje se mantêm. O português "pão" deu origem à palavra japonesa que designa pão: pan. Carta deu "karuta". A palavra japonesa tempura derivou de "têmporas" ("carne à sexta-feira"), enquanto que konpeito veio de "confeitos".